quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bela, recatada e do lar

A função de dona de casa é ingrata. O trabalho só aparece quando não é feito. A maioria das mulheres desempenha afazeres que incluem limpeza e arrumação de casa, lavagem de roupas, engomar, passar, cozinhar, comprar ou cultivar víveres, acompanhar o desenvolvimento de crianças nos campos educacional, esportivo, cultural, além de treinamento social, pagamentos de contas, adquirir vestimentas ou confeccioná-las, zelar pela saúde dos animais domésticos, caso tenha, fazer cumprir os compromissos da família inteira, receber visitantes, preparar recepções etc. Uma faina incessante. Em muitos casos, todas essas tarefas se somam a uma atividade profissional.
Também há as que fazem do casamento um meio de vida.
E as que pagam por esses serviços, nem sempre se preocupando com o sustento da família, dever de um provedor.
A matéria da Veja não exaltou o antifeminismo, não. O elogio à moça casada com um homem q tem idade para ser seu avô, que vive em cidade distante de onde mora o marido e cujas atividades mais relevantes são ir a salão de beleza e à esteticista não foi apenas um desserviço ao feminismo. O artigo escarnece dela, bacharel em direito, que participou de concursos de beleza e teve curta atuação como recepcionista antes de decidir partilhar a existência com um senhor 43 mais velho do que a jovem. Dizer que "ele tem sorte" é fazer da mulher apenas e somente um troféu. Uma vergonha.

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